quinta-feira, 2 de agosto de 2012


A Universidade Federal do Paraná setor litoral estará participando e  enviando a nossa Unidade de Pesquisa das Relações Raciais e Educação , para o VI encontro. Saiba um pouco mais sobre ele abaixo :
VI Encontro Estadual de História: Povos Indígenas, Africanidades e Diversidade Cultural: produção do conhecimento e ensino



Há dez anos da realização de seu I Encontro, os profissionais de História de todo o Estado retornam à terra que deu impulso ao processo de refundação da Associação Nacional de História Seção Bahia (ANPUH-BA), uma entidade que, no âmbito nacional, fez 50 anos em 2011. De 2002 de para cá muita coisa mudou: novos cursos de História foram criados, em universidades públicas e faculdades privadas, o ensino à distância avança por todo o país, e a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena finalmente se confirmou através da Lei 11.645/2008. Em vista desse quadro, elegeu-se como tema do VI Encontro Estadual de História “Povos Indígenas, Africanidades e Diversidade Cultural: produção do conhecimento e ensino”, como forma de criar uma oportunidade de reunir historiadores para discutir os significados e repercussões desta Lei em nossa prática cotidiana.
Mas, como todos sabem, a ANPUH é uma entidade plural e democrática. Plural como nenhuma outra, já que reúne profissionais de História do ensino básico e superior, além de historiadores que atuam em diversas frentes. Democrática como deve ser uma entidade de profissionais do ramo, buscando integrar as diferenças, ensejando os debates. Dessa maneira o tema do encontro não pretende criar exclusivismos, muito pelo contrário. Ele propõe e repõe em 2012 toda a diversidade a que estamos acostumados desde a nossa refundação: diversidade de abordagens, de métodos, de problemas, de práticas, de objetos e espaços de discussão, enfim, o VI Encontro Estadual de História pretende celebrar os 10 anos da refundação da ANPUH na Bahia e a sua consolidação entre nós, afirmando o quão diversos somos.
É por isso que o VI Encontro Estadual de História pretende ser um marco para os historiadores baianos. Um marco da diversidade, do congraçamento, mas também de discussões e polêmicas muito sérias, de acerbos debates sobre o nosso ofício e sobre o mundo em que vivemos. Afinal de contas, o pensamento crítico é uma arte que exercitamos desde sempre, de maneira que mesmo celebrando e congraçando não deixamos de refletir sobre os desafios do Brasil e do mundo, desafios esses que põem na pauta, além das alternativas de pensar o passado, os desafios de transformar o futuro. Historiadores de toda a Bahia é hora de iniciar os preparativos. A região cacaueira nos espera entre os dias 13 e 16 de agosto de 2012, para o VI Encontro Estadual de História.

quarta-feira, 25 de julho de 2012



 Dia 25 de Julho Dia Internacional da Mulher Negra

O dia 25 de julho foi instituído pela ONU como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro caribenhas, na República Dominicana, em 1992. A data foi escolhida como marco internacional da luta e resistência da mulher negra. Desde então, vários setores da sociedade atuam para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras.


O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.


Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=189369

sexta-feira, 20 de julho de 2012

25 de julho dia Internacional da Mulher Negra

Dia 25 de Julho : DiaInternacional da Mulher Negra

Desde 1992 para cá, temos tentado consolidar a data.do Dia Internacional da Mulher negra  É necessário construir uma data para simbolizar quem somos e como vivemos enquanto negras. Um outro ponto que urge considerar é que o feminismo da América Latina e do Caribe, incluindo o brasileiro, ignora o inteiro teor da luta anti-racista e não se deu conta que, em países como o Brasil (maior população negra fora da África e segundo maior país negro do mundo – só perde para a Nigéria), no qual metade das mulheres são negras, a não incorporação da perspectiva anti-racista pelo feminismo entrava seus propósitos libertários. Cabe ao feminismo regional assumir a data ou dizer que o enfrentamento ao racismo não lhe interessa. No Brasil, fora uma ou outra ONG feminista negra, que de 1993 para cá, esporadicamente, relembra a data, pouco se fala sobre o assunto".

Embora se esteja vivendo os primórdios do terceiro milênio, e a luta por transformações nas relações de gênero, de raça/etnia e de classe social tenha atingido avanços significativos no final do século vinte, ainda é preciso lutar para que as modificações se efetivem. O retrato formulado pelas estatísticas ainda é preocupante, revelando através de número a dura realidade da desigualdade.



No Brasil, as mudanças ocorridas no plano político, por exemplo, onde a democracia, aponta para contínuos exercícios do direito de eleger representantes nos três níveis: Federal, Estadual e Municipal, não significa que vivamos em perfeito estado democrático. A democracia pressupõe o efetivo exercício do ir e vir. Isto não é uma realidade verdadeira para a população afrodescendente. as mulheres negras têm cidadania inconclusa. As mulheres estão em pequeno número nos espaços de representação política não atingindo a cota de 30% estabelecida em lei. No que se refere às mulheres negras o quadro de dificuldades aumenta. Ressalta-se que a situação sócio-econômica, política e cultura das mulheres negras, no geral, é ruim. Encontramo-nos abaixo da linha da pobreza, possuimos uma baixa escolaridade e estamos em situação de exclusão social.

Nós mulheres negras, neste inicio de século, ainda carecemos de políticas públicas em relação à saúde (tratamento e identificação de doenças específicas); à saúde mental; ao tratamento de DST/HIV/AIDS; à violência sexual e racial; ao trabalho; à educação e a habitação. Além das violências já citadas, as mulheres negras são agredidas pela violência ideológica que se manifesta na negação da sua identidade. Sofrendo a imposição dos padrões estéticos brancos. Somos vítimas de exploração sexual e comercial da nossa imagem, principalmente nos meios de comunicação. As adolescentes negras são vítimas de exploração, servindo para nutrir o turismo sexual e tráfico de mulheres.

No mercado de trabalho, as mulheres negras detêm as maiores taxas de desemprego e permanecem mais tempo desocupadas. As negras chegam a receber rendimentos 55% menor que os salários das mulheres brancas e constituem a maioria das trabalhadoras do mercado informal. Além disso, exercem as ocupações consideradas de menor qualificação, como o de trabalhadora doméstica (56% segundo PNAD, 1999 pesquisa nacional de amostra de domicílios).
Na esfera de representação política, a mulher negra está longe de atingir os espaços institucionais de poder. A mulher negra, na sua grande maioria, está fora da escola, sem nenhum acesso à informação tecnológica. Freqüentam escolas públicas sucateadas e que não têm o menor compromisso com a diversidade cultural e com a promoção da igualdade de direitos.

O Brasil, de acordo com o índice de desenvolvimento de gênero, IDG (relatório de desenvolvimento humano elaborado pelo PNUD), ocupa a situação de septuagésimo nono (79º) lugar entre 143 países, no que se refere aos indicadores de desigualdade entre sexos. Quando se refere à população negra, o Brasil no recorte gênero, raça/etnia fica em nonagésimo primeiro lugar (91º). No IDH de 2002, em 65º.
Segundo Sueli Carneiro "a coexistência do racismo com a ideologia machista empurra a negra para os últimos degraus da escala social".
Porém, mesmo com essa barreira, a mulher negra vem se impondo em nossa sociedade. Intensifica-se a luta da negra, pelas questões específicas, juntamente com a luta da mulher pela garantia de direitos e do negro pela igualdade racial. No movimento feminista levanta a bandeira de reivindicações específicas, no movimento social de negras e negros especificidades enquanto mulher.
Enquanto são barradas em clubes, hotéis, restaurantes as mulheres negras se mobilizam para ocupar espaços dignos e de decisão no cenário da sociedade brasileira.

Existe hoje o resgate histórico da participação da negra desde a sociedade anterior ao escravismo, de resistência a escravidão e na sociedade de hoje como trabalhadora, educadora, mãe, ativista em todos os níveis de poder:

De acordo com médica a feminista, Fátima Oliveira, quando em 1992, em San Domingos, na República Dominicana, no I Encontro de Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas, definimos o 25 de julho como o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, o fizemos com o propósito de construir um alerta visível para dizer ao mundo que nós, as negras da América Latina e do Caribe, existimos e vivemos em condições de opressão de gênero e racial/étnica singulares, o que implica em demandas próprias. O Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha demarca que rompemos, para sempre, com os mitos "da mulher universal", da "sororidade entre as mulheres" e da "sororidade entre os negros."


Texto: http://gmulhermaravilha.blogspot.com.br/2008/07/25-de-julho-dia-da-mulher-negra-latino.html

O grupo, Unidade de Estudos e Pesquisas das Relações Raciais e Educação, faz parte da Universidade Federal do Paraná no Litoral, estando a frente do grupo a servidora Débora kaule, que juntamente com 5 bolsistas, estão implementando no setor Litoral esta unidade . 

A  realidade dos afro-descendentes no Estado do Paraná , a   necessidade da criação de uma Unidade Administrativa que trabalhe com um dos eixos das ações afirmativas da Universidade Federal do Paraná- UFPR, a Educação Afro-descendente.

O estudo sobre a viabilidade e a necessidade da implantação desta Unidade buscou informações no acervo bibliográfico disponível na Biblioteca da UFPR Litoral, alguns artigos e material disponibilizado na internet, além de um aprofundamento no Projeto Político Pedagógico do Setor Litoral.

Os relatos vividos na Banca de Validação da Cota Racial na UFPR Litoral foram o gatilho impulsionante para a gênese deste desafio. 

Débora kaule